Eu os recebo a todos com a mente e a alma abertas.

A qualquer dia, a qualquer hora, os que aqui passarem, colham uma flor deste jardim de pensamentos e sentimentos - que é nosso - e sintam que somos todos iguais.

O que nos pode diferenciar, são nossas almas e ações.
Portanto. caminhemos sempre em direção à LUZ por toda a vida. Façamos, se possível, amizades e tentemos ser solidários.

A Nação Brasileira necessita, entre muitos, de educação, saúde, trabalho e respeito aos Valores e Princípios que a dignificam.

Fundamental, outrossim, é o respeito às Leis Justas e a luta pacífica pelo Justiça Social verdadeira, não a que está sendo incutida nas mentes menos preparadas.

A final, amigos leitores, sintam-se livres para comentar sinceramente sobre o que lerem, para que possamos interagir.

Mirna Cavalcanti de Albuquerque































































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quarta-feira, 23 de maio de 2012

"Um caso de Burro"


                                                

Amigos leitores,
Abaixo, copio o comentário do também amigo JADIR ARAÚJO, postado em:www.mirnacavalcanti.wordpress.com.
A seguir, posto sua matéria, pois reflete com inteligência e objetividade a real situação de nossos aposentados referentemente aos seus proventos e vida.Indico-lhes a leitura e, se quiserem, postem seus comentários.


Luz e paz para todos!
Mirna Cavalcanti.


Dra. Mirna, é bom tê-la como uma grande defensora dos aposentados do INSS. A recordação da Mirninha, aos 4 anos de idade, junto à tia e avó, Beatriz Josefa, está linda!
Se possível, edite esta matéria de minha autoria. É a história de um aposentado do INSS, e um burro, personagem de uma crônica de Machado de Assis.
Sempre que leio, ou ouço falar em reajuste salarial, lembro-me de uma crônica do imortal escritor Machado de Assis, cujo título é: “Um Caso de Burro”. Ela me recorda, sempre que a releio, de um amigo, aposentado do INSS, internado em um hospital. Era em um hospital público, e não no Sírio Libanês, diga-se de passagem.
Da última vez que o visitei, os seus ossos furavam-lhe a pele, os olhos, meio mortos, fechavam-se de quando em quando, só permanecendo abertos por mais tempo, quando ele ouvia minhas respostas às suas perguntas sobre o andamento das reposições salariais dos benefícios pagos pelo INSS; voltando os olhos a se fecharem e abrirem de quando em quando, após ouvir os meus relatos.
Sobre um tosco banquinho de madeira, improvisado por uma enfermeira, ao lado de sua maca, situada em um dos corredores do hospital, pousavam um copo com água, e algumas frutas meio apodrecidas. Trabalhara durante 35 anos para ter, em sua velhice, uma aposentadoria dígna. Enganara-se. Fora ludibriado pelo Governo, logo de início, pela aplicação do Fator Frevidenciário, e com o achatamento, anos após anos, em seu já miserável salário. Aquelas frutas, ali deixadas, foram compradas por um de seus filhos, pois o seu salário mal dava para comprar os remédios contínuos que ele tinha de tomar diariamente contra a sua cardiopatia.
Os aposentados do RGPS que recebem acima de um salário mínimo, são desprezados por todos. São semelhantes àquele pobre burro da crônica, caído na Praça Quinze de Novembro, no Rio de Janeiro. Machado de Assis, acompanhado de um amigo, ao passarem por ali, narra o seguinte em sua crônica:
(…)
Vimos o burro levantar a cabeça e meio corpo. Os ossos furavam-lhe a pele, os olhos meio mortos fechavam-se de quando em quando. O infeliz cabeceava, mais tão frouxamente que parecia estar próximo do fim. Diante do animal havia algum capim espalhado, e uma lata com água. Logo, não foi abandonado inteiramente; alguma piedade houve no dono ou quem quer que é que o deixou na praça, com essa última refeição à vista. Não foi pequena ação. Se o autor dela é homem que leia crônicas, e acaso ler esta, receba daqui um aperto de mão. O burro não comeu do capim, nem bebeu da água; estava já para outros capins e outras águas, em campos mais largos e eternos”.
(…)
O burro da crônica de Machado de Assis, após trabalhar, sem tréguas, sob sol ou chuva, frio ou calor, puxando os antigos bondes de tração animal, na cidade do Rio de Janeiro, encontrava-se, agora, “aposentado” com a chegada dos bondes elétricos, e ser abandonado pelo seu novo proprietário. Pensara ele que aqueles modernos bondes seriam a sua salvação. Aposentar-se-iam com dignidade, ele e os seus companheiros de labutas. Não seriam mais chicoteados, pastariam em verdes campos; afinal, trabalharam por longos anos puxando aqueles bondes. Puro engano. Não foram aposentados de imediato. Foram vendidos a outros donos, que os colocaram para puxar carroças, continuando a trabalharem sob sol ou chuva, frio ou calor, e recebendo as mesmas pancadas. Ali na Praça Quinze, abandonado e caído, foi onde o nosso cronista Machado de Assis o encontrou.
No dia seguinte, voltando a fazer o mesmo trajeto, o cronista afirma que o pobre burro havia morrido. Partira à procura de outros capins e outras águas em campos mais largos e abertos. Também eu, ao voltar ao hospital, soube que aquele pobre aposentado do INSS havia falecido. Partira em busca de descanso para o seu corpo maltratado pelo excesso de trabalhos físicos. Trabalhos estes, que que tanto contribuíram para a grandeza do nosso país, mas sem o mínimo de reconhecimento por parte dos nossos governantes, políticos e pelos pelegos das centrais sindicais.
Que os dois, o aposentado do INSS, e o burro da crônica de Machado de Assis, descansem em paz! 
Jadir Araújo

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